Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: CAPÍTULO VII

Página 37
CAPÍTULO VII

Contei-lhe ontem como inesperadamente havia encontrado à cabeceira da cama um cabelo louro.

Prolongou-se a minha dolorosa surpresa. Aquele cabelo luminoso, languidamente enrolado, quase casto, era o indício de um assassinato, de uma cumplicidade pelo menos! Esqueci-me em longas conjeturas, olhando, imóvel, aquele cabelo perdido.

A pessoa a quem ele pertencia era loura, clara decerto, pequena, mignone, porque o fio de cabelo era delgadíssimo, extraordinariamente puro, e a sua raiz branca parecia prender-se aos tegumentos cranianos por uma ligação ténue, delicadamente organizada.

O carater dessa pessoa devia ser doce, humilde, dedicado e amante, porque o cabelo não tinha ao contato aquela aspereza cortante que oferecem os cabelos pertencentes a pessoas de temperamento violento, altivo e egoísta.

Devia ter gostos simples, elegantemente modestos a dona de tal cabelo, já pelo impercetível perfume dele, já porque não tinha vestígios de ter sido frisado, ou caprichosamente enrolado, domado em penteados fantasiosos.

Teria sido talvez educada em Inglaterra ou na Alemanha, porque o cabelo denotava na sua extremidade ter sido espontado, habito das mulheres do norte, completamente estranho às meridionais, que abandonam os seus cabelos à abundante espessura natural.

Isto eram apenas conjeturas, deduções da fantasia, que nem constituem uma verdade científica, nem uma prova judicial.

Esta mulher, que eu reconstruia assim pelo exame de um cabelo, e que me aparecia doce, simples, distinta, finamente educada, como poderia ter sido o protagonista cheio de astucia daquela oculta tragedia? Mas conhecemos nós porventura a secreta logica das paixões?

Do que eu estava perfeitamente convencido é que havia uma mulher como cúmplice.

<< Página Anterior

pág. 37 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 37

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240