A mulher parecia surpreendida por me achar tão calma.
— Roubou cartas!
Ela não conseguia entender os motivos de uma calma tão superficial, daí que me visse na obrigação de os expor o melhor possível.
— Se assim foi, espero que tenha tido melhores resultados que desta vez! É que — prossegui — a carta que ontem pus em cima da mesa não o vai esclarecer em muito. Limitei-me a pedir ao tio que me concedesse uma entrevista. Isso significa que, a estas horas, o nosso jovem Miles já deve estar envergonhado por se ter arriscado a tanto por tão pouco. Por isso esteve tanto tempo junto a mim, a noite passada. Devia querer confessar-se. — Era como se, finalmente, tivesse compreendido tudo. — Parta, por favor, parta! — Estava junto à porta e incentivava-a a sair. —Eu encarrego-me dele. Ele vai acabar por confessar tudo. Se confessar, salvar-se-á. E se se salvar. ..
— A menina também se salva? — Recebi um beijo daquela boa mulher, e despedimo-nos. — Eu salvo-a sem ele! — garantiu à medida que se afastava.