Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 30: XXX – Finalmente

Página 169
..

- Oh, doutor? Não me deixa ser ao menos pai! - sorriu o velho.

Ângela entrou vestida como em casa, apenas coberta duma capa de pano preto. Acercou-se do pai, ajoelhou, e abraçou-o pela cintura. O conde inclinou a face para a cabeça dela, e murmurou:

- Deixa-me ver a tua face, minha filha.

Ângela encarou-o entre risonha e lagrimosa. O velho contemplou-a com a fixidez duma vista débil, beijou-a na fronte, e disse:

- Benvinda sejas!... És a minha pobre Ângela!... Perdoa à tua fatalidade e à minha... Levanta-te, e senta-te aqui ao meu lado.

Joana, Vitorina e João Pedro choravam soluçantes.

- Por que chora esta gente? - perguntou o general.

- A satisfação de ver Deus neste lance - disse Francisco.

- Então, alegrem-se! - tornou o conde. - Ângela, que é de teu marido e teu filho.

- Meu marido está aqui... - e apontou Francisco.

- Onde? Quem? teu marido!... Quem é?

- Eu, senhor conde! - disse Costa, inclinando-se a beijar-lhe a mão. - Antoninho, vem cá...

A criancinha correu aos braços do pai, que o levantou aos lábios do avô.

- Deixem-me pensar nisto que é um sonho, meu Deus! - volveu o general. - Tu, Ângela... és a esposa... de Francisco Costa...

- Sou, meu pai..

- Estou, portanto, em casa de minha filha... do meu genro... És o anjo que me velavas de noite... és, minha Ângela?... Aqui me trouxe Deus, a restaurar a luz da minha alma, e a descerrar as trevas dos meus olhos para vos ver, meus filhos!

- Senhor conde - disse o cirurgião muito comovido. - Eu queria evitar-lhe lágrimas; mas não sei se me enganaria, porque também comigo me enganei. O que mais me comove é pensar eu que vossa excelência tardou tanto em procurar o puro e santo coração de Ângela. Eu ofereço a vida de meu filho a Deus que me castigue o temerário juramento: juro por Deus que não há uma nódoa na alma de sua filha, senhor conde.

<< Página Anterior

pág. 169 (Capítulo 30)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Brilhantes do Brasileiro
Páginas: 174
Página atual: 169

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Aflições sudoríferas 1
II - 1.600$000 Réis! 5
III - Retratos do natural 12
IV - Tribunal de honra 15
V - Considerações plásticas 20
VI - Amigos do seu amigo 26
VII - Revelações cómicas 32
VIII - Revelações tristes 36
IX - Amores fatais 41
X - O Poeta 48
XI - Sonhos e esperanças 55
XII - A Fuga 59
XIII – Desamparo 63
XIV - Via dolorosa 68
XV - Meio milhão! 76
XVI - Por causa do Fígaro 85
XVII - História dos brilhantes 90
XVIII - A Infamada 100
XIX - Amor-próprio 106
XX - O Doente e o doutor 110
XXI - Morre Hermenegildo 119
XXII - Felicidade suprema 123
XXIII - Os homens honestos 132
XXIV - A Opinião pública 135
XXV - O Cego 141
XXVI - A Providência 145
XXVII - Vem rompendo a luz 149
XXVIII - Confidências do cego 154
XXIX - Luz! 162
XXX – Finalmente 168
Conclusão 172
Epílogo 174