Passou avante de Ângela, e disse a D. Beatriz:
- A sobrinha de vossa excelência está ali. Que ordena?
- Abram-lhe uma porta de dentro; que não passe diante dos meus olhos, e que fique esta noite aqui por caridade. Começou como Maria d’Antas; provavelmente acabará como ela. Tal mãe, tal filha.
E, vociferando assim, sacudia umas calmandulas de azeviche que tinha penduradas no pulso.
A gente, que a rodeava, repetiu com tom de piedade:
- Tal mãe, tal filha!...
E Ângela escutara aquilo, amparando-se nos braços de Vitorina.
E esta mulher sentia-se transida de horror, porque só ela e Simão de Noronha sabiam que morrer havia sido o de D. Maria d’Antas. Ela tinha sido quem conduzira a Viana a criancinha de dois anos; e nunca o terrível segredo lhe fora arrancado pelas suspeitosas indagações de Ângela.
Recolhida ao seu quarto, a pávida menina rompeu em soluços abafados no seio da criada.