Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 18: CAPÍTULO VI

Página 110

Desci à camara para beber cognac, porque o frio era agudo. Carmen, sentada no sofá, no alto da sala, estava ali imóvel, com os olhos vagos, as mãos cruzadas.

- Morremos, hein? perguntou ela.

- Tem medo? disse eu.

- Um pouco, de morrer afogada. de uma bala ou de uma facada, não me custava. Mas aqui, estupidamente, neste antipático elemento, é cruel! Ao menos não morro só! Lá se vai a sua linda prima!…

- Porque odeia a pobre condessa? disse-lhe eu, sorrindo.

- Eu! de modo algum. Acho-a piegas, detesto aqueles ares sentimentais, desonra a Península. aí está.

- Não é isso: é porque supõe que Catain Ritmel se interessa de mais por ela.

- E que me importa a mim esse cavalheiro?

E deu uma curta risada.

No entanto o ar abafado da sala, o movimento do navio perturbava-me. Subi à tolda. A condessa e Ritmel não passeavam. Tinham-se sentado, segundo depreendi, debaixo da tenda. Eu, de pé, através da lona podia escutar, apesar do ruido do vento.

Uma curiosidade indomável, a necessidade de compreender a situação do espirito da condessa, a certeza de que estávamos na aflição de um perigo, - e as ações humanas nesses momentos não se podem sujeitar ao critério da vida trivial, - tudo me levou a ir escutar, apesar das repugnâncias do meu carater. Acerquei-me, fiz ouvido de espião:

- E custa-lhe morrer?

- Muito e nada, respondia a condessa. Muito porque morre comigo o primeiro interesse que tenho na vida, que é a sua amizade; nada, porque, francamente, sou eu feliz?

- Se a minha amizade é para si um interesse profundo…

A condessa calou-se.

- Oh! compreendo-a bem, disse Ritmel. Sabe porque não é feliz, apesar da minha amizade? É porque não é a minha amizade o que o seu coração precisa. Oh! deixe-me falar!

<< Página Anterior

pág. 110 (Capítulo 18)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 110

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240