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Capítulo 18: CAPÍTULO VI

Página 111
É o amor profundo, inalterável, onipotente, que esteja em todos os momentos da sua vida e em todas as ideias do seu espirito; que viva do prazer e viva do sacrifício; que seja a última razão da vida, a consolação, a esperança, o ideal absoluto; que pelo que há de mais ardente prenda os seus olhos, e pelo que há de mais elevado prenda a sua alma…

- Cale-se, cale-se, dizia a condessa. É uma loucura falar assim… Vamos passear, vamos ver o mar.

O vento agora era terrível. O mar estava como água de sabão a perder de vista. O navio oscilava perdidamente, e sem rumo. No entanto, na máquina trabalhava-se sempre.

Ritmel continuava falando à condessa.

- Cale-se, cale-se, dizia ela, baixo, e como vencida.

- Não; devo dizer-lho: esta palavra «amizade» é falsa. Daqui a duas horas talvez, estamos perdidos. Ao pé da morte a sinceridade é uma justiça. Digo-lho. Amo-a. Não se erga. O vento levará consigo esta confissão. Amo-a. Se estamos culpados depois destas palavras, o mar é um bom tumulo e o mar lava tudo. Amo-a…

- Não diga isso. É um engano; é apenas simpatia. Para além do mais, o amor a que nos levaria? ou ao desprezo ou à tortura…

Eu ouvia mal. Eles falavam baixo. A tormenta chegava. O navio gemia lamentavelmente. As cordagens, que o vento quebrava de repente, assobiavam como cobras. Os marinheiros corriam. Sentiam-se a voz do comando, os martelos, os trabalhos na máquina. Uma vaga entrou, alagou o convés.

De repente senti um movimento dentro da tenda: a condessa ergueu-se; a sua voz era alta e vibrante:

- Catain Ritmel, pensa na sua honra que vamos morrer?

- Penso, condessa.

- Pois bem, quero dizer-lho então: amo-o!

E depois de um momento:

- Oh! amo-o, repetiu ela com uma explosão de paixão. Já que tenho a certeza de que morro pura, quero morrer sincera.

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pág. 111 (Capítulo 18)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 111

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240