Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 27: CAPÍTULO XV

Página 151
Passeámos nas sombrias ruas da quinta, apanhámos flores, e voltaram aquelas boas horas íntimas doutrora, cheias de abandono e de espirito. A condessa estava radiante.

Ás onze horas da noite fomos tomar chá para o terraço. Havia um admirável luar. O terraço tem na sua base um grande tanque, cheio de plantas da água, de largas folhas, e de nenúfares, e onde poderia navegar um escaler. A água escorre ali com um murmúrio doce. A hora era adorável. As redondas massas de verdura do jardim, os arvoredos, apareciam como grandes sombras pesadas e cheias de mistério. Ao longe os campos e os prados esbatiam-se num vapor docemente luminoso e pálido. Havia um silêncio suspenso. As coisas pareciam contemplar e sonhar.

Sobre uma mesa no terraço estava um bule do Japão e três pequeninas chávenas de Sévres, uma das quais, de um gosto original e feliz, era a da condessa. Tínhamos tomado chá, e eu notava a excêntrica forma, o delicado desenho, a pura perfeição daquela maravilhosa e pequena chávena, que a condessa chamava a sua taça.

- O rei Artur só podia beber pelo seu copo de estanho… disse Ritmel, sorrindo.

- E eu só posso tomar chá por esta taça, disse a condessa. Não sei porque, representa para mim o sossego, a felicidade. Quando estou triste e bebo por ela parece-me que se dissipa a nuvem. Uma flor que eu queira conservar ponho-a dentro dessa chávena, e a flor não murcha. Para além disso o chá bebido por ela tem um gosto especial: ora veja, captain Ritmel! beba!

Toda aquela glorificação da chávena tinha tido por fim o poder Ritmel, na minha presença, sem isso ser menos discreto, beber pela chávena da condessa, - encanto supersticioso e romântico, que pertence de grande antiguidade à tradição do amor!

Ritmel agradeceu, deitou uma gota de chá na pequenina chávena dourada.

<< Página Anterior

pág. 151 (Capítulo 27)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 151

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240