Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 31: CAPÍTULO IV

Página 178
Mas o delírio não faz padecer tanto. Tenho visto muitos loucos no hospital. A expressão deles, ainda a mais dolorida, não apresenta nunca a profundidade desta. É preciso ter toda a integridade da sensibilidade e da razão para sofrer assim. No padecimento dos loucos há um não sei quê, sem nome talvez na sintomatologia do sofrimento, mas a que poderíamos chamar - a isolação da alma.

Ao voltar a si, a condessa parecia um pouco mais calma. Para evitar um recrudescimento de excitação proveniente de uma longa narrativa de episódios que me pareceu discreto evitar, um pouco como estudante de medicina, principalmente como homem honrado, disse-lhe:

- Sabe mais alguém deste caso? - Sabe-o a minha criada de quarto, a que me acompanhava ontem quando nos viu, e sabê-lo-á dentro em pouco meu primo H… a quem hoje escrevi. O meu primo porém está em Cascais. O morto é um estrangeiro. Ninguém, a não ser meu primo, o conhece em Lisboa. Ignorava-se mesmo que ele existisse aqui. Entrega-lo aos trâmites policiais, ter de revelar o seu nome, descobrir a sua naturalidade, a sua família, eis o que principalmente eu queria evitar. Conseguido isto, entrego-me aos tribunais, mato-me, fujo, enterro-me viva… como quiserem!

- E sabe seu primo como ele morreu?

- Não. Vai saber apenas que está morto…

- Pode contar com o silêncio da sua criada, por alguns dias ao menos?

- Posso. Por toda a vida.

- Evite, se pôde, que o seu primo receba hoje a sua carta. E… ele, onde está?

- Na mesma rua em que nos encontrámos ontem, no prédio n.º…

- Para entrar na casa…

- Há uma chave - respondeu ela.

E tendo meditado um momento:

- Ontem - prosseguiu - quando lhe disse que viesse hoje a minha casa, estava louca de desesperação e de horror. Parecia-me

<< Página Anterior

pág. 178 (Capítulo 31)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 178

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240