Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 63
A verdade é que tenho ouvido distintamente há duas noites consecutivas um rumor insistente e prolongado semelhante aos estalidos que produz ao atear-se uma fogueira de carvão, e tenho aqui sobre uma banca um busto de Alan Kardec que, sem eu poder explicar como nem porquê, se move, sem que ninguém lhe toque, do centro da mesa em que o coloquei para uma das extremidades dela. O pó aglomerado em volta da base do busto, e que eu tenho o mais escrupuloso cuidado em não espanar nunca, vai deixando sucessivamente sobre a superfície da mesa o vestígio desse movimento vagaroso, lento, quase impercetível, mas progressivo e constante. Nesta porta ao pé da qual coloquei hoje a cama, ouço em cada noite, ora por duas, ora por três vezes, uma argolada perfeitamente clara e distinta. Abro imediatamente a porta (mudei a cama para este ponto a fim de poder faze-lo do modo mais rápido), fica sempre inexplicável para mim a razão porque se levanta a argola do ferrolho e bate de per si mesma na porta!

Todas estas coisas eram asseveradas pelo prussiano com a enfâse da sinceridade e da convicção mais profunda!

- E desta casa de cá, observei-lhe eu, que tem ouvido? o que sabe? que lhe consta?

- Eu digo-lhe…

- Sinceramente!

- Por mim pessoalmente nada tenho ouvido. O inquilino que me precedeu conta que ouvia no silêncio da noite um rumor confuso de vozes, o estalar de risadas e o telintar de dinheiro. Alguns vizinhos têm visto entrar vultos misteriosos. Tudo isto porém se explica do modo mais natural deste mundo.

- Qual é então o seu juízo, vejamos?

- É evidentemente…

- Diga! diga!

- Presumo eu, pelo menos…

- Vamos! sem rodeios, francamente!

- Das duas uma: ou uma loja maçónica, ou uma casa de jogo.

CAPÍTULO IV

As palavras do alemão acabavam de lançar no meu espírito a luz súbita de uma revelação que me obrigava a meditar.

<< Página Anterior

pág. 63 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 63

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240