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Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 64

O que se passava por mim, o mistério que me cercava, o cadáver que vira, a presunção - ainda que vaga - da concorrência de um ou mais amigos meus envolvidos neste acontecimento, tudo isto era tão extraordinário e tão grave que eu não ousava referi-lo ao homem desconhecido que o acaso me deparava por vizinho.

Era já positivo para mim que me achava em Lisboa. Desejava naturalmente saber qual era a rua e a casa em que estava; não me ocorria porém um pretexto plausível para levar o alemão a dizer-mo, sem que eu o interrogasse de um modo ambíguo, que poderia levantar sobre a situação em que me acho suspeitas talvez perigosas para a segurança das pessoas comprometidas neste negócio. Contentei-me pois em alegar o incómodo a que me obrigava a posição em que estava, e dei as boas noites ao meu vizinho. Ele despediu-se batendo no muro três pancadas espaçadas por pausas iguais às daquelas com que eu primeiro lhe despertara a atenção. Lembrou-me que poderia ser mação aquele homem, e que nas circunstâncias em que eu estava me serviria a proteção que lhe pedisse em nome de juramentos recíprocos e de compromissos comuns. Dei-lhe então uma letra, ele respondeu-me com outra e assim construímos sucessivamente a palavra da senha.

- Salut, mon frêre! exclamou ele.

- Segredo! disse-lhe eu baixinho, respondendo com os nós dos dedos no muro ao sinal que me dera.

Fechei em seguida o armário, cheguei a cama para o lugar donde a tinha removido, e deitei-me vestido.

Não podia dormir, comecei a pensar e a entristecer.

Nesta casa, debaixo destes mesmos tetos, está morto um homem, jovem, elegante e belo, que entrara aqui, cheio talvez de esperanças, de alegrias, de projetos no futuro, e que de repente caiu para todo o sempre, envenenado por

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pág. 64 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 64

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240