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Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 67
a vir continuar a escrever ou a terminar esta carta, quando um levantou mais a voz e eu ouvi distintamente estas palavras:

- Mas as notas de banco, 2:300 libras em notas! Não as trazia ele?

- Sei que as trazia, dizia outra voz.

- É atroz então!

Estas palavras, únicas que ouvi, fizeram-me a impressão que podes calcular!

É provado para mim que a casa a que fomos trazidos não é um simples ninho consagrado a entrevistas de amor, como eu primeiro supus. Das hipóteses do prussiano é absolutamente necessário aceitar uma: isto ou é uma casa de jogo ou uma loja maçónica. Assim o provam convincentemente os ruídos que se ouviam na morada contígua. Num retiro de paixões ternas não se escancaram risadas a horas mortas ao som do dinheiro que telinta nas mesas. A referência dos vultos misteriosos feita pela vizinhança permite a suspeita de reuniões secretas. O tinir do ouro, as risadas, o mesmo aspeto do boudoir em que estivemos não consentem duvidar-se que esta casa é uma caverna de jogo e de orgia.

As palavras que há pouco ouvi sugerem-me sobre estas suposições a mais tenebrosa suspeita.

O desgraçado que jaz aí dentro podia ter sido vítima de um homicídio, premeditado com o intuito de roubar-lhe a quantia que ele trazia consigo.

Ocorre uma contradição: na sugerida hipótese para que foram buscar um médico? Explicam-no as palavras que ouvi. Os criminosos, que tinham propinado ópio à sua vítima com o intuito de a roubarem, encontram iludido este projeto com o desaparecimento das notas que lhe supunham na algibeira. Nesta conjetura sobrevêm-lhes um recurso extremo: procurar um médico que não possa denunciar o crime, mostrar-lhe o ópio, e quererem por esta prova de zelo, de solicitude, de confiança na sua inocência, afastar de si a presunção do crime, e criar as dificuldades de um mistério! É possível que eu não atinja exatamente a verdade do que se passou.

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pág. 67 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 67

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240