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Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 70
e honrado, e não é fácil enganar-se por este modo, depois de uma provação suprema e definitiva como aquela em que nos achámos, um homem com a minha experiencia do mundo e a minha pratica dos fingimentos humanos. Estas são, senhor redator, as principais considerações que do princípio logo me impediram de tornar público o nome do meu amigo violentamente retido em carcere privado. F… é um homem conhecido, é quase um homem célebre; em Lisboa ninguém há que não conheça o seu nome entre os escritores mais aplaudidos, ninguém que não distinga a sua figura altiva, esmerada, picante, entre os vultos extremamente uniformes dos passeios, das salas e dos teatros.

Se eu comunicasse à polícia o desaparecimento do meu amigo, é quase seguro que ela encontraria meio de o descobrir. Mas não equivaleria isto a denunciar simultaneamente como criminosos o mascarado alto e os seus companheiros que eu todavia considero inocentes?

A carta de F…, apesar da revelação que encerra sobre o desaparecimento das 2:300 libras, confirma por outro lado a convicção em que eu me acho.

Na carta de F… encontra-se o seguinte período:

* * * * *

«Ocorreu-me que teria um meio de desenganar-me se era efetivamente ou se não era um amigo íntimo que eu tinha ao meu lado: arrancar-lhe o relógio: bastar-me-ia apalpa-lo, ainda vendado como eu estava, para reconhecer o dono. A ser o individuo que eu supunha, a caixa do relógio teria a lisura do esmalte e no centro a saliência de um brasão.»

Ora o relógio a que nestas linhas se alude, se bem lembrado está, é exatamente o mesmo que descrevi na segunda carta que enviei a esse periódico, o mesmo que usava o mascarado que ia sentado em frente de mim na carruagem, e que eu lhe vi por algum tempo fora da algibeira do colete, suspenso na corrente.

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pág. 70 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 70

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240