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Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 75
Vejamos.

É possível que numa cidade pequena como Lisboa, em que todos são vizinhos, amigos, e parentes, o doutor *** que parece ser um homem notado na sociedade, vivendo nela, frequentando as suas salas e os seus teatros, não conhecesse nenhum destes quatro mascarados, que pelas suas indicações pertencem a essa mesma sociedade, se sentam nos mesmos sofás, escutam a mesma música nos mesmos salões e nos mesmos teatros?

Uma mascara de veludo preto não basta para disfarçar um conhecido. O seu cabelo, o seu andar, a sua estatura, a sua figura, a sua voz, as suas mãos, a sua toilete, são bastantes para revelar, trair o individuo. O doutor *** pois nunca os tinha visto? O quê? Pois eram tão galantes, tão distintos, governam tão bem as suas parelhas, falam tão bem as suas línguas, pareciam tão ricos, e o doutor *** um médico, um homem relacionado, um velho diletante de S. Carlos, nunca os viu, nunca os percebeu, nesta terra, em que toda a vida se concentra nos doze palmos de lama do Chiado! E F… tem um amigo íntimo entre os mascarados, diante de si, na carruagem, joelho com joelho, e não o reconhece, pelas mãos, pelos olhos, pelo corpo, pelo silêncio até! Comedia!

E o menos conhecido, o menos célebre dos rapazes de Lisboa, mascara-se no carnaval de Turco, enche-se de barbas, cobre-se de plumas, veste-se de Mefistófeles, de Cidevant, ou de Melão, e não há ninguém que no salão de S. Carlos, não diga ao passar por ele: lá vai fulano! E é de noite, às luzes, e as mulheres olham-nos, e estamos distraídos, e não estamos numa estrada, de dia, surpreendidos e violentados! Tanto nos conhecemos todos! Comedia! Comedia!

E aqueles mascarados, são tão inocentes, tão ingénuos, que vão procurar, num momento tão perigoso, o homem que pelas suas relações, pela sua posição, pela sua inteligente penetração, mais facilmente os poderia reconhecer.

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pág. 75 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 75

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240