Fiquei com a sensação de que ele corava ligeiramente. De qualquer modo, como alguém que, por se encontrar em convalescença, se cansa com facilidade, o rapaz abanou a cabeça de forma lânguida.
— Mas não estava. Palavra que não estava. Aquilo que me interessa é sair daqui.
— Está cansado de Bly?
— Oh, não, de maneira nenhuma! Palavra que gosto bastante de Bly.
— Nesse caso...
— Ora, sabe perfeitamente o que um rapaz quer!
Senti que não sabia tão bem como Miles, e por isso optei por um refúgio temporário:
— Quer ir passar uns tempos com o seu tio?
Bastaram aquelas palavras para que, com um sorriso irónico estampado no rosto, Miles voltasse a abanar a cabeça.
— Ora, sabe perfeitamente que não é com isso que se vai escapar!
Demorei algum tempo a responder, e creio que, desta feita, fui eu quer mudou de cor.
— Meu querido, eu não quero escapar de coisa nenhuma!
— E, mesmo que fosse essa a sua vontade, não o conseguiria. Não, não e não! — E os seus olhos não se desviavam dos meus. - O meu tio tem de vir até aqui e combinar tudo consigo.
— Se assim for — comecei, brincalhona —, pode estar certo de que haveremos de arranjar maneira de o mandar para bem longe daqui.