— Nada.
— Nada, nada?! — Sentia-me prestes a rebentar de felicidade.
— Nada, nada — ecoou o garoto com tristeza.
Beijei-lhe a testa. Estava alagada.
— Nesse caso, que foi que fez à carta?
—Queimei-a.
—Queimou-a?—Era agora ou nunca.—Era isso que fazia na escola?
—Na escola? —Tirou alguma carta?... Ou qualquer outra coisa?...
— Outra coisa? — Era como se o rapaz estivesse a pensar em algo muito remoto, o qual apenas se tornava compreensível devido à inquietação em que se encontrava. Mas ele acabou por compreender. — Está a perguntar se eu rodava.!
Senti-me corar até à raiz dos cabelos e fiquei sem saber o que era mais estranho: confrontar um cavalheiro com semelhante questão, ou o facto de ele não reagir a semelhante ideia.
— É por isso que não pode voltar?
Miles apenas se mostrou ligeiramente surpreendido.