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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 51

Não sei muito bem agora como contar esta história em palavras susceptíveis de fornecer um quadro credível do estado de espírito que então me dominava, mas o certo é que me sentia profundamente entusiasmada com o facto de a situação requerer de mim um comportamento heróico. Compreendo agora ter sido chamada a desempenhar uma tarefa tão admirável quanto difícil, e o que me deixava eufórico era imaginar que podia ser bem sucedida, contrastando deste modo com muitas outras raparigas. Sem duvida que me serviu de grande ajuda - e, ao olhar para trás, sinto-me tentada a aplaudir-me! — ter equacionado o problema de um modo assim tão simples. Estava ali para defender as melhores e mais amorosas criatura existentes no mundo, cujo encanto residia precisamente no facto de s encontrarem desprotegidas. Tamanho desamparo chegava a ser doloroso Era como se estivéssemos isolados do resto do mundo, unidos por intermédio do perigo que éramos obrigados a enfrentar. Eles só me tinham a mim, e eu... bem, eu tinha-os a eles. Em suma, aquela parecia-me um oportunidade maravilhosa, que se apresentava perante mim por intermédio de imagens de grande riqueza. Eu devia funcionar como um escudo — algo que deveria interpor-se entre eles e o resto do mundo. Quanto menos eles vissem, melhor. Comecei a observá-los com uma ansiedade dissimula da, a qual, caso a situação se tivesse prolongado por muito tempo, acabariam por levar-me à loucura. Vejo agora que só me salvei porque os acontecimentos sofreram uma reviravolta substancial. A expectativa sucederam-se as provas... sim, as mais terríveis das provas, e eu estava lá para regista tudo.

Esta mudança ocorreu numa tarde em que eu e a minha aluna davam um passeio pelo jardim. Miles ficara em casa, sentado na almofada Arme lha de um dos assentos da janela. O garoto estava interessado em acaba um livro, e eu sentira-me satisfeita ao encorajar a prática de um acto tão louvável pela parte de um garoto cujo único defeito parecia ser uma certa ingenuidade inquieta. Quanto à irmã, de imediato me seguira, e durante cerca de meia hora caminhamos ambas pela sombra, já que o Sol ainda ia alto e o dia estava bastante quente. A medida que avançávamos, compreendia que tanto ela como o irmão (e sem dúvida que este constituía um dos seus maiores encantos) possuíam a capacidade de me deixar só ser dar a sensação de que me haviam abandonado, e de me acompanharem ser que a sua presença me incomodasse.

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Capa do livro Calafrio
Páginas: 164
Página atual: 51

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 10
Capítulo 3 16
Capítulo 4 24
Capítulo 5 31
Capítulo 6 38
Capítulo 7 45
Capítulo 8 54
Capítulo 9 61
Capítulo 10 68
Capítulo 11 74
Capítulo 12 80
Capítulo 13 85
Capítulo 14 90
Capítulo 15 96
Capítulo 16 102
Capítulo 17 106
Capítulo 18 111
Capítulo 19 118
Capítulo 20 123
Capítulo 21 128
Capítulo 22 134
Capítulo 23 145
Capítulo 24 150
Capítulo 25 156