Deitei-lhe um olhar carinhoso.
— Sim, é verdade, está a crescer. — E senti-me incapaz de dizer mais fosse o que fosse.
Ainda hoje estou convencida de que ele sabia o estado em que me encontrava e era como se estivesse a brincar com os meus sentimentos.
—E também não pode dizer que não me tenho portado bem, pois não?:
Pousei-lhe a mão no ombro, certa de que me sentiria melhor se voltasse a caminhar, mas isso não aconteceu.
—Não, Miles, não posso dizer uma coisa dessas.
— A não ser naquela noite, claro!
— Que noite ? — Céus, como estava longe de sentir a mesma segurança que ele!
— Aquela em que eu... bem, aquela em que saí de casa.
— Oh, sim! Mas já me esqueci dos motivos que o levaram a agir assim. — Já se esqueceu? — Na sua voz havia vestígios daquela extravagante doçura característica das crianças quando repreendem um adulto.—Foi para lhe mostrar que também sabia ser mau!
— Ah, sim, é verdade! E foi mesmo mau.
— E posso voltar a sê-lo.