Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 26: Capítulo 26 Pág. 112 / 258

Aliás não é prudente transportar uma lanterna elétrica nestas águas, pois o seu brilho poderia atrair inopinadamente algum perigoso habitante delas.

Quando o capitão pronunciou essas palavras, virei-me para falar com Conselho e Ned Land, mas os meus dois amigos já haviam enfiado as cabeças na cápsula de metal e não podiam ouvir e nem falar.

Faltava-me fazer uma última pergunta ao Capitão Nemo

- E as nossas espingardas, capitão?

- Para que espingardas? Então os montanheses não atacam os ursos de punhal na mão? O aço é mais seguro do que o chumbo. Aqui tem uma afiada lâmina. Ponha-a em sua cintura e partamos.

Olhei novamente para os meus companheiros. Estavam armados como nós, mas Ned Land empunhava também o enorme arpão que tinha posto no barco antes de deixar o “Nautilus”.

Deixei que me colocassem a pesada esfera de cobre na cabeça e os nossos reservatórios de ar foram imediatamente postos a funcionar. Descemos para um fundo de areia fina a metro e meio de profundidade. O capitão fez-nos sinal para que o seguíssemos e tomou por um declive pouco acentuado. Em breve desaparecíamos sob as águas.

Então as ideias que me obcecavam desapareceram e eu me senti espantosamente calmo. A facilidade com que me movimentava aumentou-me a disposição e a beleza do espetáculo conquistou-me por completo. O sol iluminava suficientemente as águas, tornando visíveis os mais diminutos objetos. Após dez minutos de marcha nós nos encontrávamos a cinco metros de profundidade e o fundo começava a ficar plano.





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