Durante quatro dias, até 3 de fevereiro, o “Nautilus” esteve no Mar de Omã, navegando a diversas velocidades e profundidades. Parecia navegar ao acaso, como se hesitasse na rota a seguir. Mas nunca ultrapassou o Trópico de Câncer.
Ao deixarmos esse mar avistamos de passagem a cidade, de Mascate, a mais importante daquela região. Admirei-lhe o aspecto estranho no meio dos rochedos negros que a rodeiam e sobre os quais se destacam as casas e os fortes pintados de branco. Distingui as abóbadas arredondadas de suas mesquitas, as agulhas elegantes dos seus minaretes, os seus frescos e verdejantes terraços. Mas tudo não passou de uma rápida visão e o “Nautilus” não demorou a mergulhar novamente nas águas sombrias.
Depois, a uma distância de seis milhas percorreu as costas arábicas de Mahrah e Hadramaut, com as suas linhas onduladas de montanhas.
A 5 de fevereiro entramos finalmente no Golfo de Adem, verdadeiro funil metido no Estreito de Bab-el-Mandeb, onde entram as águas indicas do Mar Vermelho.
A 6 de fevereiro, o submarino vagava à vista de Adem, empoleirada num promontório e ligada ao continente por um estreito istmo, uma espécie de Gibraltar inacessível, cujas fortificações foram reconstruídas pelos ingleses depois de o terem dominado em 1839. Distingui os minaretes octogonais dessa cidade que foi outrora o entreposto mais rico e com mais comércio da costa, segundo o historiador Edrisi.
No dia seguinte de fevereiro, entramos no Estreito de Bab-el-Mandeb cujo nome na língua árabe quer dizer “a porta das lágrimas”. Esse canal tem apenas vinte milhas de largura e dois quilômetros de comprimento.