Tínhamos atingido uma profundidade de dezasseis mil metros e o casco do “Nautilus” suportava uma pressão de mil e seiscentas atmosferas, isto é, mil e seiscentos quilos por cada centímetro quadrado de sua superfície.
- Extraordinário, capitão! - manifestei-me realmente emocionado. - Percorrer essas regiões profundas onde o homem nunca chegou! Veja, capitão, veja essas magníficas rochas, essas grutas desabitadas, esses últimos recetáculos do globo, onde a vida já não é possível! Que sítios desconhecidos! Pena que não possamos conservar alguma recordação desses lugares.
- Gostaria de levar algo mais do que uma recordação, professor?
- O senhor...
- Não se assuste. Estou querendo-lhe dizer que nada há mais fácil do que tirar uma fotografia dessa região.
Uma máquina fotográfica foi trazida para o salão. Através dos painéis abertos, com a iluminação elétrica, a claridade era perfeita. A máquina focalizou o fundo do oceano e o fotografou.
O Capitão Nemo, acabada essa operação, disse-me:
- Subamos, professor. Não devemos expor o “Nautilus” a semelhantes pressões por muito tempo seguido.