Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 41: Capítulo 41 Pág. 218 / 258

- De qualquer maneira, se não é este, talvez seja algum daqueles - acrescentou o meu criado.

De fato, outros polvos apareciam no painel a estibordo. Contei sete que faziam um cortejo ao “Nautilus” e cujos bicos se faziam ouvir quando batiam no casco do navio.

Continuei o meu trabalho. Os monstros mantinham-se nas nossas águas com tal precisão que pareciam imóveis e teria sido possível decalcá-los do vidro. Aliás estávamos navegando a uma velocidade bem moderada.

De repente o “Nautilus” parou e toda a sua estrutura tremeu devido a um choque.

- Teríamos encalhado? - perguntei.

- Se foi o caso, safamo-nos - disse Ned Land - porque continuamos a flutuar.

Não havia dúvida de que o barco flutuava, mas não avançava. As pás da hélice já não se viravam nas águas.

Passou um minuto e o Capitão Nemo, seguido pelo imediato, entrou no salão. Havia algum tempo que eu não o via. Pareceu-me taciturno. Sem falar, talvez sem nos ver, chegou junto ao painel, observou os polvos e disse algumas palavras ao imediato. Este saiu.

Os painéis foram fechados e o teto se iluminou. Falei com o capitão, sem ligar para o ar fechado dele.

- Curiosa coleção de polvos - fingi o tom indiferente de um amador diante de um vidro de aquário.

- De fato, professor, e vamos combatê-los corpo a corpo.

Olhei o capitão julgando ter ouvido mal.

- Corpo a corpo? - perguntei.

- Sim. A hélice parou. Penso que as mandíbulas córneas de um desses calmares danificaram uma de suas pás. Isso nos impede de avançarmos.

- E o que vai fazer?





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