Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 42: Capítulo 42

Página 223
Navegava ao acaso. Não conseguia afastar-se do teatro da sua última luta, do mar que havia devorado um dos seus.

Passaram-se dez dias. Só no dia 1° de maio o “Nautilus” tomou decididamente a direção norte, depois de ter avistado as Lucaias, à entrada do Canal das Baamas. Seguíamos então a corrente do maior rio do mar, que tem as suas margens, os seus peixes e as suas temperaturas próprias, a Gulf Stream.

Na verdade é um rio que corre no meio do Atlântico, livremente, e cujas águas não se misturam com as do oceano. É um rio salgado, mais salgado do que o mar ambiente. O volume invariável das suas águas é mais considerável do que o de todos os rios do globo.

A verdadeira origem da Gulf Stream, reconhecida pelo Capitão Maury, o seu ponto de partida, fica situado no Golfo da Gasconha, onde as águas, ainda de fraca temperatura e cor, começam a formar-se. Desce para o sul ao longo da África Equatorial, aquece as águas da zona tórrida, atravessa o Atlântico, atinge o Cabo de São Roque na costa brasileira e bifurca-se em dois ramos, um dos quais vai ainda saturar-se de moléculas quentes no Mar das Antilhas. Então, a Gulf Stream, encarregada de restabelecer o equilíbrio entre as temperaturas e de misturar as águas dos trópicos com as águas boreais, começa o seu papel de moderador.

Aquecida ao máximo no Golfo do México, sobe para o norte ao longo da costa americana, avança até a Terra Nova, desvia-se sob a pressão da corrente fria do Estreito de Davis, retoma o caminho do oceano, seguindo sobre um dos grandes círculos do globo a linha loxodrómica, divide-se em dois braços no quadragésimo terceiro grau, um dos quais, ajudado pela monção do nordeste, regressa ao Golfo da Gasconha, depois de ter aquecido as costas da Irlanda e da Noruega, ultrapassa Spitzberg, onde a sua temperatura desce a quatro graus, e vai formar o mar livre do pólo.

<< Página Anterior

pág. 223 (Capítulo 42)

Página Seguinte >>

Capa do livro Vinte Mil Léguas Submarinas
Páginas: 258
Página atual: 223

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 5
Capítulo 4 7
Capítulo 5 10
Capítulo 6 13
Capítulo 7 20
Capítulo 8 25
Capítulo 9 29
Capítulo 10 31
Capítulo 11 38
Capítulo 12 40
Capítulo 13 44
Capítulo 14 47
Capítulo 15 52
Capítulo 16 56
Capítulo 17 60
Capítulo 18 66
Capítulo 20 80
Capítulo 22 89
Capítulo 23 92
Capítulo 24 96
Capítulo 25 102
Capítulo 26 110
Capítulo 27 121
Capítulo 28 130
Capítulo 29 138
Capítulo 30 145
Capítulo 31 149
Capítulo 32 161
Capítulo 33 167
Capítulo 34 171
Capítulo 35 177
Capítulo 36 183
Capítulo 37 189
Capítulo 38 197
Capítulo 39 201
Capítulo 40 207
Capítulo 41 211
Capítulo 42 222
Capítulo 43 232
Capítulo 44 244
Capítulo 45 249
Capítulo 46 257