Continuarão a bordo, já que a fatalidade os colocou aqui. Serão livres, mas em troca dessa liberdade, aliás relativa, exijo uma única condição. A promessa de que irão cumpri-la é suficiente para mim.
- A sua condição é daquelas que um homem honesto pode aceitar, comandante? - perguntei-lhe.
- É. Aqui está ela: é possível que alguns acontecimentos imprevistos me obriguem a fechá-los nos seus camarotes durante algumas horas ou dias, segundo os casos. Desejando nunca usar a força, espero de vocês a mais completa obediência. Ao agir assim, isento-os de toda a responsabilidade, liberto-os completamente de quaisquer comprometimentos com os meus atos. Aceitam esta condição?
Portanto, passavam-se a bordo coisas mais ou menos. estranhas, que não deviam ser presenciadas por pessoas que não estivessem à margem da sociedade. Entre as surpresas que o futuro me reservava esta seria certamente das maiores.
- Aceitamos - respondi. – Posso-lhe fazer uma única pergunta?
- Pode falar.
- O que devemos entender quando disse que gozaríamos de liberdade a bordo?
- Liberdade de ir e vir, de observar, de ver tudo o que se passa, exceto em algumas raras ocasiões.
As palavras dele deixavam bem claro que não poderíamos fazer qualquer tentativa de fuga. Isso poderia se tornar possível para nós quando o submarino se aproximasse de alguma costa.
- Essa liberdade não é suficiente para nós, comandante - falei-lhe, usando a franqueza que julgava lhe dever.
- No entanto, tem de chegar - respondeu-me.
- Como? Então devemos renunciar para sempre a rever a nossa pátria, os amigos, os parentes?
- Sim, professor. Mas renunciar a retomar o jugo insuportável da terra, que os homens têm como liberdade, talvez não seja tão penoso como julga.