Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 18: Capítulo 18 Pág. 71 / 258

A 10 de fevereiro de 1828, chegava o “Astrolábio” a Tikopia. Ele tomou por guia e intérprete um desertor que havia se fixado naquela ilha, navegou para Vanikoro, que avistou a 12 de fevereiro, transpôs os seus recifes e só no dia 20 fundeou no porto de Vanu.

No dia 23, seus oficiais deram uma volta à ilha e recolheram alguns destroços sem importância. Os indígenas, com evasivas, recusaram-se a conduzi-los ao local do sinistro. Esta conduta, que se lhes afigurou muito suspeita, levou-os a pensar que os naturais da ilha teriam maltratado os náufragos. De fato eles pareciam recear que Dumont d’Urville tivesse ido à ilha para vingar La Pérouse e os seus infelizes companheiros.

No entanto, a 26, os indígenas, convencidos com presentes e entendendo que nada tinham a recear, levaram o imediato Jacquinot ao local do naufrágio. Ali, a três ou quatro braças de profundidade, entre os recifes Pacu e Vanu, jaziam âncoras, canhões, barras de ferro e de chumbo. Com muito custo a chalupa e a baleeira do “Astrolábio” chegaram ao local, e os marinheiros conseguiram retirar das águas uma âncora pesando mil e oitocentas libras, um canhão de ferro fundido, uma barra de chumbo e duas peças de cobre.

Interrogando os indígenas, Dumont d’Urville conseguiu saber que La Pérouse, depois de ter perdido os seus dois navios nos rochedos da ilha, havia construído uma embarcação menor, que por sua vez afundaria... Em que local? Ninguém sabia.

O comandante do “Astrolábio” mandou erigir um monumento à memória do célebre navegador e dos seus companheiros. Era uma simples pirâmide quadrangular, apoiada numa base de corais, desprovida de qualquer coisa que pudesse suscitar a cobiça dos indígenas.





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