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Capítulo 21: Capítulo 21

Página 85

Às oito horas da manhã seguinte, subi à plataforma. Os indígenas continuavam na praia, mas em número bem superior aos que eu vira na véspera. Agora seriam uns quinhentos ou seiscentos. Aproveitando a maré baixa alguns deles tinham avançado pelos corais e estavam a menos de quatrocentos metros do submarino. Eu podia vê-los muito bem. Eram papuas, de porte atlético, homens de uma bela raça, de testa alta, nariz grosso mas não achatado e dentes brancos. Em geral, andavam nus. Notei a presença de algumas mulheres, vestidas com uma verdadeira saia de ervas presa na cintura cobrindo até os joelhos.

Quase todos os homens estavam armados de arcos, flechas e portavam escudos. Traziam ao ombro uma espécie de rede que continha as pedras arredondadas que atiram certeiramente com as fundas.

Um dos chefes, bastante próximo do “Nautilus”, observava-o com atenção. Devia ser um “mado” de alta estirpe, porque trazia uma esteira de folhas de bananeira, recortada nas pontas e pintada com diversas cores. Eu poderia facilmente abatê-lo com um tiro, mas pensei que seria melhor aguardar demonstrações mais hostis da parte deles. Entre europeus e selvagens, convém que os europeus não ataquem primeiro.

Durante todo o tempo que durou a maré baixa, os indígenas rondaram perto do “Nautilus”, mas não se mostraram agressivos. Eu os ouvia dizendo seguidamente a palavra “assai”, e pelos seus gestos compreendi que me convidavam para ir a terra, convite que não aceitei. As onze horas da manhã, quando as cristas dos corais começaram a desaparecer sob as águas da maré que subia, eles voltaram para a terra.

Não tendo nada de melhor para fazer, chamei Conselho e pedi-lhe que me trouxesse uma rede pequena, dessas utilizadas para apanhar ostras. Eu mal distinguia a ilha, mas as numerosas fogueiras acesas na praia indicavam que os indígenas não a tinham abandonado. Permaneci um longo tempo atento a qualquer movimentação deles. Por volta da meia-noite, vendo que tudo continuava tranquilo, voltei para o meu quarto e dormi sem maiores preocupações.

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Capa do livro Vinte Mil Léguas Submarinas
Páginas: 258
Página atual: 85

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 5
Capítulo 4 7
Capítulo 5 10
Capítulo 6 13
Capítulo 7 20
Capítulo 8 25
Capítulo 9 29
Capítulo 10 31
Capítulo 11 38
Capítulo 12 40
Capítulo 13 44
Capítulo 14 47
Capítulo 15 52
Capítulo 16 56
Capítulo 17 60
Capítulo 18 66
Capítulo 20 80
Capítulo 22 89
Capítulo 23 92
Capítulo 24 96
Capítulo 25 102
Capítulo 26 110
Capítulo 27 121
Capítulo 28 130
Capítulo 29 138
Capítulo 30 145
Capítulo 31 149
Capítulo 32 161
Capítulo 33 167
Capítulo 34 171
Capítulo 35 177
Capítulo 36 183
Capítulo 37 189
Capítulo 38 197
Capítulo 39 201
Capítulo 40 207
Capítulo 41 211
Capítulo 42 222
Capítulo 43 232
Capítulo 44 244
Capítulo 45 249
Capítulo 46 257