Uma Família Inglesa - Cap. 27: XXVII - O motivo mais forte Pág. 311 / 432

E, como se obedecesse a irresistível impulso do coração, apertou-o nos braços, dizendo:

– É nisto que te reconheço, Charles. Quem poderá duvidar ainda da generosidade da tua alma?

Carlos correspondeu ao abraço da irmã, beijando-a afectuosamente na fronte.

E ao descingir-se-lhe dos braços, encontrou a mão de Mr. Richard, que se estendia francamente para a sua.

– O seu proceder foi o de um homem de bem e… de coração, Charles. Honra-o – disse, com voz trémula, o inglês.

Carlos apoderou-se daquela mão, que se lhe estendia, e curvou-se para beijá-la.

Perante aquele leito mortuário desvaneceu-se de todo a tempestade doméstica.

Foi assim que Carlos faltou à promessa que tinha feito a Cecília, falta que horas antes pensava e dizia não haver motivo tão forte que o levasse a cometer.

Resistiu de facto aos ressentimentos do pai, resistiu – e mais custoso lhe foi – às lágrimas da irmã; mas não teve ânimo para resistir à compaixão por uma pobre mulher, velha, demente e moribunda.

Ficou, para lhe fechar os olhos.

Era assim o carácter de Carlos.





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