Uma Família Inglesa - Cap. 37: XXXVIII - Justificação de Carlos Pág. 421 / 432

– Carlos tem uma alma generosa, leal; eu tenho sido deveras injusto com ele.

Jenny exultou ao ouvir esta confissão.

– Escuso de perguntar – disse ela – se foi indulgente com o culpado; tenho até a pedir-lhe perdão de ter antes exigido a promessa daquilo que por certo espontaneamente faria.

– Enganas-te; eu castigo.

Jenny olhou-o inquieta.

– O castigo é um dever moral – prosseguiu o pai. – É o meio de regeneração. As almas fracas e vis castigam-se com rigores; só o medo pode refreá-las. Mas Paulo, apesar da sua fraqueza, tem vigorosos ainda os instintos da honra; para estes o castigo, que regenera, é o pagar a culpa com o benefício. No mesmo dia em que Manuel Quintino for meu sócio, Paulo será nosso guarda-livros, ser-lhe-ão aumentados os salários e confiada a caixa.

Jenny beijou as mãos do pai.

– Deus não castiga por outra forma.

– Não digas heresias, Jenny.

Haviam chegado a casa.

– Agora podes fazer a Manuel Quintino o teu presente – disse Mr. Richard.

– E depois…

– Depois examinaremos devagar o resto das tuas loucuras.





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