Uma Família Inglesa - Cap. 38: XXXIX - Coroa-se a obra Pág. 422 / 432

XXXIX - Coroa-se a obra

Manuel Quintino estava ainda em casa, na manhã do dia seguinte, quando Antónia lhe veio anunciar que a «inglesinha» chegara em uma carruagem e perguntara por ele.

Cecília e Manuel Quintino correram ao encontro de Jenny.

– Estranham-me a madrugada? Que querem? Não pude dormir toda a noite com a lembrança desta visita. Desejava encontrar ainda em casa o Sr. Manuel Quintino e como sei dos seus hábitos matinais…

– Ainda tenho meia hora – disse o guarda-livros, consultando o relógio.

– O fim da minha visita é simplesmente entregar-lhe em mão própria uma mensagem de meu pai. Quer ver?

E passou para as mãos do velho a carta, que o leitor conhece já.

Enquanto Manuel Quintino se dispunha a lê-la, Jenny dizia a Cecília:

– Então como vai esse coração?

– O coração?

– Sim; eu não quero que ele se deixe curar, senão por mim. Entendes?

– E acha-o doente? – perguntou Cecília.

– E acha-o são? – perguntou Jenny, imitando-a.

Cecília ia a responder, mas suspendeu-se, olhando para o pai.

– Jesus! Que tem meu pai? Olhe!

Manuel Quintino, que acabara de ler a carta de Mr. Richard, estava efectivamente perturbado; fizera-se pálido, e tremia, olhando para o escrito, que conservava na mão.

Jenny sorriu.

Cecília correu para o pai.

– Que é isso? Que é que tem?

Manuel Quintino mostrou-lhe em silêncio a carta do inglês.

Cecília leu-a em um relance de olhos. No fim, banhada de lágrimas, abraçou o pai com transporte.

– Oh, que felicidade, meu pai!

O velho parecia hesitar ainda entre a alegria da nova e não sei que amargo pensamento, que teimava em enlutá-la.

– É decerto à influência deste anjo – disse Cecília, designando Jenny – que devemos esta ventura.

O guarda-livros olhou também





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