Uma Família Inglesa - Cap. 8: VIII - Na praça Pág. 92 / 432

– Justamente – respondeu o homem, sorrindo à perspicácia de Carlos.

– Pois sim, mas eu agora não posso demorar-me – acrescentou Carlos, fazendo outra tentativa para fugir.

– Isto também não interessa… – concordou o homem – aqui mais abaixo é que… tal, tal, tal… sim, senhores… – «A festa do Bom Jesus este ano promete ser feita com espavento e eu espero que vossemecê…» – Eles querem que eu…

– Com licença, que estou com pressa.

– Sim; isso também não faz ao caso. É aqui abaixo… – «A Câmara Municipal foi reeleita, como sabe; a gente da oposição levou uma derrota que…»

Carlos já não podia mais.

– Ora, meu caro senhor, que tenho eu com isso? Faz favor de me dizer?

– Tem V. S.a razão… É que eu julgava… Tal, tal, tal – «O seguro não quer pagar os prejuízos do incêndio da minha casa da Rua do Souto…» – Olhe que também isto de seguros…

– Adeus – disse Carlos, rompendo de todo com o Sr. Anastácio Rebelo.

– Ah! é aqui; agora sim – exclamou este triunfantemente. – Cá está… – Aquela encomenda que eu fiz para Inglaterra…

Justamente quando o Sr. Anastácio chegava ao ponto desejado, através daquele mar, cheio de baixios, da carta do seu correspondente, Carlos, vendo uma galante costureira, que a passos apressados atravessava a rua, deixou-o sem cerimónia para se dirigir a ela.

– Adeus, minha flor.

A rapariga respondeu-lhe:

– Ninguém o conheceu ontem no baile.

– Então esteve lá?

E prosseguiu o diálogo, mesmo em presença de toda a sisuda classe comercial, que ao filho de Richard Whitestone tudo desculpava.

Anastácio Rebelo dobrou a carta do compadre, e afastou-se escandalizado com o que via.

Outros rapazes aproximaram-se. A rapariga fugiu.

Carlos, depois de alguns instantes tomados por ocupações análogas às que descrevemos, caminhou enfim para o escritório.





Os capítulos deste livro