Passei assim algumas horas amargas, ora me vendo em terra, em segurança com os meus companheiros, ora desejando que alguma circunstância imprevista impedisse a realização dos projetos de Ned Land.
Fui duas vezes ao salão para consultar a bússola para verificar a direção do “Nautilus” e assegurar-me de que estávamos realmente nos aproximando da costa. O submarino continuava em águas portuguesas, rumando para o norte, na direção desejada pelo canadiano. Portanto, tínhamos de aproveitar a ocasião e tentarmos a fuga. A minha bagagem constava apenas dos meus apontamentos. Nada de coisas pesadas.
Quanto ao Capitão Nemo, perguntava-me sobre o que pensaria ele da nossa evasão. Que tipo de inquietações, que problemas poderíamos causar a ele e o que faria o enérgico capitão se a nossa tentativa fracassasse? Eu não tinha nenhuma razão para me queixar dele. Ao contrário disso, a sua hospitalidade não me deixava margem para censuras. Por outro lado, não tinha também nenhum motivo para me considerar ingrato com ele: nenhum juramento e nem mesmo uma palavra menos formal me prendia ao capitão quanto ao que íamos fazer.