Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 32: CAPÍTULO V

Página 184
Por dentro tinha em letras azuis a marca de um luveiro de Londres. Era evidente que tinha achado o que procurava. Ritmel era o nome do morto.

Abri em seguida a porta que tinha em frente de mim e estremeci de horror.

Estendido num sofá estava o cadáver. A expressão do seu rosto inculcava um sossego feliz. Parecia dormir. Apalpei-o; estava frio como mármore.

Colocado perto dele estava um copo com um pouco de líquido. Era ópio.

Percorri o aposento com um relance de olhos. No forro de cetim preto do chapéu, que estava caído no chão, vi bordadas em vermelho uma coroa de barão e duas grandes letras - um W. e um R.

Não podia perder tempo. Fui para casa, sentei-me pacientemente à minha banca e abri o álbum em frente de mim na página em que estavam os versos assignados por W. Ritmel.

É de saber que tenho aquela espécie de habilidade que Alexandre Dumas considera aviltante e vilipendiosa para a inteligência: sou, como terá visto pela letra destas cartas, um excelente calígrafo. Copiei escrupulosamente, desenhando letra a letra, por trinta ou quarenta vezes consecutivas, os dois versos que tinha patentes. Depois comecei a construir, com letras da mesma forma das que tinha copiado, outras palavras diferentes. Finalmente, depois de muito estudo e de muitos ensaios, peguei na meia folha de papel que tinha encontrado na casa em que se dera a catástrofe, e fiz em inglês com escrita que ninguém no mundo duvidaria ser a da pessoa que escreveu no álbum os versos assignados pelo nome de Ritmel, uma declaração pessoal do suicídio por meio do ópio. Deste modo, quer mais tarde me ocorresse, quer não, o meio mais conveniente de sepultar o cadáver, as suspeitas de homicídio desapareciam.

A condessa estava salva desde que, antes de mais ninguém, eu entrasse na casa e colocasse junto do corpo o bilhete que escrevera.

<< Página Anterior

pág. 184 (Capítulo 32)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 184

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240