Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO III

Página 61
alemão, que se achava de joelhos em cima da cama a revistar a parede, expediu um pequeno grito, que me pareceu mais de surpresa que de terror, com quanto o acompanhasse um estrondo pesado e extremamente significativo. O que produzira esse estrondo fora o baque do corpo dele, caindo da cama abaixo.

Logo depois ouvi a voz do vizinho perguntando com decisão e firmeza:

- Quem está aí?

Respondi-lhe:

- Sou eu.

- Quem és tu?

- E tu quem és?

- Frederico Friedlan, cidadão prussiano.

- Ah! disse eu.

- Viajo por conta da primeira fábrica de produtos químicos de Buda Pest, os quais sou encarregado de tornar conhecidos dos grandes industriais da Europa.

- Bem! observei.

Ele continuou impassivelmente:

- Contou-me um judeu meu amigo que havia em Lisboa três prédios de que ele tinha notícia, os quais se achavam abandonados depois de algum tempo de terem ganhado fama de serem habitados por almas do outro mundo. Resolvi morar sucessivamente nas casas que ele me indicou e é esta a primeira que habito. Componho um livro com investigações a respeito do espiritismo. Poderei saber agora a quem me dirijo?

- Pois não! tornei-lhe eu. Chamo-me fulano, e vivo dos rendimentos das minhas propriedades, ora viajando, ora residindo em Lisboa, e ocupando-me de vez em quando com a política ou com a literatura, quando não tenho outra coisa menos insipida e menos inútil em que agitar a minha ociosidade e o meu tédio. Não sou espiritista.

- Pois faz mal! O espiritismo é um sistema e pode bem suceder que venha ainda a ser uma religião.

- Puf! exclamei eu rindo.

- O quê! continuou ele. O materialismo, guiado de um lado pelas conquistas das ciências físicas e naturais e de outro lado pelo relaxamento dos costumes contemporâneos, e pela depressão sucessiva e assustadora da moral, vai comendo no campo da filosofia o espaço não já muito vasto em que residia a fé.

<< Página Anterior

pág. 61 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240