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Capítulo 22: XXII - Felicidade suprema

Página 126

- Oh, minha querida senhora, é ele!...

E correu para casa; mas Ângela ficara imóvel a olhar para Francisco, e ele imóvel apoiado no peitoril da janela, com os olhos fixos em Ângela.

A irmã abraçava-o, e ele, beijando-a na fronte, murmurou:

- Aquela é Ângela, não é?!

- Sim, meu filho, pois não é ela o mesmo anjo?! Vamos buscá-la, depressa, que está sem côr...

E desceram rapidamente, e chegaram já quando a esmaecida senhora caminhava a tardos passos para casa.

Costa ofereceu-lhe a mão convulsa. Ângela encarou-o muito amorável, apertou-lhe a mão, e disse com voz magoada:

- É a primeira vez...

E carregaram-se-lhe de lágrimas os olhos.

Depois, abraçou-se em Joana, apoiando-lhe a face no ombro.

Francisco permaneceu silencioso, abafado, num modo de existir, que seria o prelúdio da demência, se durasse muito, ou a congestão se não desafogasse no pranto involuntário.

- Dá-lhe o braço, Francisco... - disse Joana. - Ele parece que não acredita vê-la aqui, minha filha - continuou ela, sorrindo.

- E desde quando? - perguntou ele, tomando o braço de Ângela.

- Desde quando está aqui? - verificou a irmã, não percebendo bem a pergunta.

- Desde que não tenho casa - respondeu a hóspeda, sorrindo. - Desde que precisei da caridade da minha amiga de infância, e da sua beneficência, Sr. Costa.

Ocorreu Vitorina a dar uns tons de festa à chegada de Francisco, pasmando-se nele, nas grandes barbas, e na espantosa mudança que fizera, e no medo que ela tivera de que fosse um salteador, quando o viu romper por ali dentro.

Entraram para a saleta do trabalho, onde estavam armados dois bastidores.

- Aqui tens a nossa oficina - apontou a ridentíssima Joana. - Temos feito progressos e lucros admiráveis: bordamos a ouro. A Sr.ª D.

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pág. 126 (Capítulo 22)

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Capa do livro Os Brilhantes do Brasileiro
Páginas: 174
Página atual: 126

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Aflições sudoríferas 1
II - 1.600$000 Réis! 5
III - Retratos do natural 12
IV - Tribunal de honra 15
V - Considerações plásticas 20
VI - Amigos do seu amigo 26
VII - Revelações cómicas 32
VIII - Revelações tristes 36
IX - Amores fatais 41
X - O Poeta 48
XI - Sonhos e esperanças 55
XII - A Fuga 59
XIII – Desamparo 63
XIV - Via dolorosa 68
XV - Meio milhão! 76
XVI - Por causa do Fígaro 85
XVII - História dos brilhantes 90
XVIII - A Infamada 100
XIX - Amor-próprio 106
XX - O Doente e o doutor 110
XXI - Morre Hermenegildo 119
XXII - Felicidade suprema 123
XXIII - Os homens honestos 132
XXIV - A Opinião pública 135
XXV - O Cego 141
XXVI - A Providência 145
XXVII - Vem rompendo a luz 149
XXVIII - Confidências do cego 154
XXIX - Luz! 162
XXX – Finalmente 168
Conclusão 172
Epílogo 174