- Oh, minha querida senhora, é ele!...
E correu para casa; mas Ângela ficara imóvel a olhar para Francisco, e ele imóvel apoiado no peitoril da janela, com os olhos fixos em Ângela.
A irmã abraçava-o, e ele, beijando-a na fronte, murmurou:
- Aquela é Ângela, não é?!
- Sim, meu filho, pois não é ela o mesmo anjo?! Vamos buscá-la, depressa, que está sem côr...
E desceram rapidamente, e chegaram já quando a esmaecida senhora caminhava a tardos passos para casa.
Costa ofereceu-lhe a mão convulsa. Ângela encarou-o muito amorável, apertou-lhe a mão, e disse com voz magoada:
- É a primeira vez...
E carregaram-se-lhe de lágrimas os olhos.
Depois, abraçou-se em Joana, apoiando-lhe a face no ombro.
Francisco permaneceu silencioso, abafado, num modo de existir, que seria o prelúdio da demência, se durasse muito, ou a congestão se não desafogasse no pranto involuntário.
- Dá-lhe o braço, Francisco... - disse Joana. - Ele parece que não acredita vê-la aqui, minha filha - continuou ela, sorrindo.
- E desde quando? - perguntou ele, tomando o braço de Ângela.
- Desde quando está aqui? - verificou a irmã, não percebendo bem a pergunta.
- Desde que não tenho casa - respondeu a hóspeda, sorrindo. - Desde que precisei da caridade da minha amiga de infância, e da sua beneficência, Sr. Costa.
Ocorreu Vitorina a dar uns tons de festa à chegada de Francisco, pasmando-se nele, nas grandes barbas, e na espantosa mudança que fizera, e no medo que ela tivera de que fosse um salteador, quando o viu romper por ali dentro.
Entraram para a saleta do trabalho, onde estavam armados dois bastidores.
- Aqui tens a nossa oficina - apontou a ridentíssima Joana. - Temos feito progressos e lucros admiráveis: bordamos a ouro. A Sr.ª D.