Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 36: CAPÍTULO III

Página 200
Experimentei eu também os sobressaltos da paixão - e nunca vi, nunca soube que estas imaginações, que estas atrações nascessem de uma verdade da natureza, da logica das circunstâncias, da irreparável ação do coração. Vi sempre que saíam de um pequeno mundo efémero, romântico, literário, fictício, que habita no cérebro de todas as mulheres.

Vejo-o daqui a sorrir… Não se admire de me ver falar assim. Lembra-se daquelas conversas tão íntimas e tão sérias na rua de…? Lembra-se do terraço de Clarence-Hotel, em Malta, quando a lua silenciosa cobria o mar? Não se recorda das minhas ideias então e daquelas imaginações que eu denominava gloriosamente os meus sistemas? Não se lembra que me chamava então filosofo loiro? O filósofo sentiu, chorou, sofreu, teve por isso o melhor estudo. Que maior ensino que as lágrimas? A dor é uma verdade eterna, que fica, enquanto as teorias passam. Não imagina o que tenho aprendido da vida desde que sou desgraçada! Não imagina quantas ideias retas e precisas saem das incoerências do choro!

Por isso hoje não creio em certas fatalidades, com que as mulheres pretendem esquivar-se à responsabilidade. Não creio no que se chama teatralmente as fatalidades da paixão. A vontade é tudo; é um tão grande princípio vital como o sol. Contra ela as fatalidades, as febres, o ideal, quebram-se como bolas de sabão.

Respondem-me chorando: a fatalidade! Mas, meu Deus! tomemos um exemplo, - a aventura trivial, a comum, o que se poderia chamar a aventura tipo, o que se vê todos os dias, em qualquer rua, no primeiro numero par ou impar… a aventura que nós acotovelamos no passeio, que toma connosco neve na confeitaria Italiana, e que se enterra ao pé de nós no Alto de S. João.

A cena é simples, de três personagens. Eu, por exemplo, sou a mulher.

<< Página Anterior

pág. 200 (Capítulo 36)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 200

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240