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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 3

— Então escreveu a história? Anotou o ocorrido?

— Apenas a impressão. Guardei-a aqui. — E deu uma palmadinha no coração. — Fui incapaz de esquecer fosse o que fosse. — Nesse caso, o seu manuscrito...

— Está escrito numa bela caligrafia, apesar de a tinta já estar a desaparecer. — Virou-se de novo para o lume. — De uma mulher. Faleceu há vinte anos. Enviou-me as páginas em causa antes de morrer. — Agora todos escutavam com a máxima atenção e, como era evidente, houve quem tratasse de tirar a mais óbvia das conclusões. Mas, se Douglas o aceitou sem esboçar um sorriso, a verdade é que também não parecia irritado. — Ela era uma pessoa verdadeiramente encantadora, mas era dez anos mais velha que em Era preceptora da minha irmã — afirmou com suavidade.

— Foi a pessoa mais agradável que encontrei na sua posição, mas podia um sido valorosa em qualquer outra. Já passou muito tempo, e este episódio ocorreu muito antes dessa época. Eu estava a estudar em Trinity e encontrei-a lá em casa no meu segundo Verão. Nesse ano passei ai grande parte do meu temo (era uma casa bonita) e, nas suas horas de folga, demos alguns passeias no jardim e conversarmos. Nessas conversas ela revelou-se incrivelmente inteligente e simpática. Oh, sim, escusam de sorrir: eu gostava imenso dela e, até hoje, sinto-me feliz por pensar que ela também gastava de mim. Se não gostasse, nunca me teria contado. Nunca o contara a ninguém. Não que mo tivesse dito, mas eu sabia que ela nunca o contado. Tinha a certeza; conseguia vê-lo. Quando ouvirem a história, por certo compreenderão porquê.

— Porque a experiência foi assim tão assustadora?

Continuou a fitar-me.

— Vai poder avaliá-lo facilmente. — E repetiu: — Você fá-lo-á.

Fitei-o do mesmo modo.

— Compreendo. Ela estava apaixonada.

Douglas soltou a sua primeira gargalhada.

— Não há dúvida de que é perspicaz. Sim, ela estava apaixonada. Melhor, estivera apaixonada. Acabou por confessá-lo. Ela não podia contar a sua história sem o confessar. Compreendi-o de imediato e ela percebeu que eu tinha compreendido, mas nenhum de nós falou no assunto. Ainda me lembro do local e da altura exactos: numa das extremidades do relvado, à sombra das grandes faias, numa tarde de Verão muito quente.

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Capa do livro Calafrio
Páginas: 164
Página atual: 3

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 10
Capítulo 3 16
Capítulo 4 24
Capítulo 5 31
Capítulo 6 38
Capítulo 7 45
Capítulo 8 54
Capítulo 9 61
Capítulo 10 68
Capítulo 11 74
Capítulo 12 80
Capítulo 13 85
Capítulo 14 90
Capítulo 15 96
Capítulo 16 102
Capítulo 17 106
Capítulo 18 111
Capítulo 19 118
Capítulo 20 123
Capítulo 21 128
Capítulo 22 134
Capítulo 23 145
Capítulo 24 150
Capítulo 25 156