Mr. Brains fazia uma mesura a agradecer. Os outros levavam os cálices aos lábios.
– A seu amigo Roxboy, Mr. Whitestone! – dizia em seguida Mr. Brains.
Mr. Whitestone agradecia; os outros repetiam a saudação, como anteriormente.
– Mr. Morlays, a seu tio das Índias!
Mesura de Mr. Morlays. Os outros como antes.
Estes mesmos lacónicos toasts terminaram. A feição da assembleia carregava-se cada vez mais.
Mr. Richard fez um último esforço para a desanuviar.
– Outra canção, Mr. Brains! – disse ele, enchendo-lhe o copo.
O inglês fitou Mr. Richard com olhos de estremunhado.
– Eu cantar! Para a transição ser menos sensível, que cante Mr. Morlays primeiro.
Mr. Morlays grunhiu um monossílabo imperceptível e esvaziou até à última gota o cálice que tinha defronte de si.
– Então cante Mr. Morlays – insistiu Mr. Richard, sem grandes esperanças de o convite ser aceite.
Contra a expectativa geral, o sorumbático inglês levantou-se e, enfiando as mãos nos bolsos do colete, pronunciou, em tom fúnebre, o nome da canção que se propunha a cantar.
– The old saxton – o velho coveiro – de Park Benjamim.
Mr. Brains fez um gesto de arrepiado. Mr. Morlays, imperturbável, principiou cantando.
Eis o sentido da canção que ele, com esquisito tacto da oportunidade, julgou dever escolher:
«Junto de uma sepultura, cavada de pouco, estava o velho coveiro, encostado à enxada, já gasta pelo uso. Tinha terminado a tarefa e parara à espera do cortejo funeral que transpunha naquele momento a porta aberta do cemitério. Era uma relíquia do tempo passado este velho! Os cabelos estavam-lhe tão brancos, como a espuma do mar; e dos lábios trémulos saíam-lhe, em voz submissa, estas palavras: – Venham! venham! que eu os guardo todos!