Uma Família Inglesa - Cap. 38: XXXIX - Coroa-se a obra Pág. 428 / 432

Richard, rindo. – É o único fiador que tens por ti?

Jenny pousou a mão no ombro do pai, dizendo com suavidade:

– E eu.

Mr. Richard voltou-se.

– Tu? Tu afianças Carlos?

– Afianço.

– É arrojo!

– Não é a primeira vez. E o pai sabe qual de nós tem tido razão de se arrepender. Se eu, da minha confiança; se o pai, das suas suspeitas.

– À falta de melhor, aceito a garantia.

E voltando-se para o filho:

– Parta então, Carlos; e lembre-se de que, depois do passo que vai dar, é… deve ser outro homem.

E Mr. Richard Whitestone estendeu a mão para o filho, que a beijou, antes de partir.

– Não sei se fizeste bem, Jenny – dizia o pai, vendo-o sair do quarto.

– Consultei a memória de minha mãe, tendo os olhos no retrato dela. Tenho fé nas resoluções que me vêm assim.

Mr. Richard olhou algum tempo para a filha com amor, e depois, apertando-a ao peito, disse:

– Deus te ouça!… E há-de ouvir, que bem lho mereces.

– E nós, senhor, ficamos aqui? – perguntou Jenny.

– Pois que mais queres tu ainda?

– É natural que seja Charles o primeiro a tratar este negócio em casa de Manuel Quintino; mas será delicado que seja o único?

Mr. Richard tocou a campainha.

– Que aprontem o carro para já – disse ao criado que acudiu ao sinal.

– E agora que mais queres?

– Agradecer-lhe.

E depois de abraçar o pai, saiu a correr da sala.

Esta cena teve em casa de Manuel Quintino os seguintes resultados: Estava o pai de Cecília preparando-se para sair, quando viu entrar Antónia no quarto com inquietação e sobressalto.

– Que é, Antónia? Que temos nós? – disse Manuel Quintino, surpreendido com o aspecto da criada.

– Está ali alguém a procurá-lo, Sr. Manuel Quintino.

– Ainda algum importuno a dar-me parabéns. Enquanto eu fui guarda-livros, ninguém me procurava… agora…

E preparou-se para ir ver quem era.





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