Uma Família Inglesa - Cap. 33: XXXIII - Em honra de Jenny Pág. 373 / 432

Brains apressou-se a responder:

– Ao cemitério do Campo Pequeno, decerto que não, Mr. Morlays; porque, quando para ali resolvesse ir, escusado seria procurá-lo lá, porque é de crer que não estivesse de humor para tratar de negócios. Eh! eh! eh!…

A hilaridade não se comunicou a Mr. Morlays que, pelo contrário, ficou mais sombrio.

Mr. Whitestone, desde que o filho entrara, ocupava-se em uma singular tarefa. Foi sentar-se ao piano e principiou a correr os dedos pelas teclas com presteza e com uma desarmonia só suportável ao seu ouvido inglês.

Esta espécie de divertimento era daqueles a que, por excentricidade, mui frequentemente se entregava.

Felizmente para os dois convivas, os ouvidos deles não eram mais pechosos em coisas de harmonia do que os de Mr. Richard; porque se não fosse isso, nem eu sei calcular os resultados gravíssimos que podia ter aquela bárbara ocupação.

Cecília, Jenny e Carlos, esses, estavam muito absorvidos por os próprios pensamentos, para que os incomodasse o selvagem prazer de Mr. Whitestone, sob cujos dedos gemia, como um supliciado, o magnífico piano de Erhard, vítima desses caprichos antimusicais.

Enquanto isto se passava, Cecília dizia a Jenny:

– Por favor lhe peço, Jenny! Deixe-me ficar aqui! Eu não sei se poderia por muito tempo suster esta tristeza que se me pôs no coração.

Tenho medo de chorar.

– Criança! – respondeu Jenny. – Não estou eu ao pé de si? Não seja assim fraca. Esse seu coração deu-se agora a fantasiar desgraças impossíveis, que não se concebem?

– Impossíveis?!

– Impossíveis, sim. Olhe, Cecília; eu andei primeiro do que a menina em imaginar futuros negros. Cecília ria ainda e eu estava já séria. Este Carlos tem-me obrigado muitas vezes a isto e desta vez sobretudo…

– Jenny!

– Desta vez sobretudo, porque eu sabia que era um coração que ele encontrara no caminho e… aquele estouvado podia não reparar… e magoá-lo.





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