Uma Família Inglesa - Cap. 38: XXXIX - Coroa-se a obra Pág. 425 / 432

E sinceramente te confesso que isto hoje é um passo dado no caminho em que entrei e que estou disposta a seguir até ao fim.

– Mas…

– Com franqueza, Cecília. Falta-nos o tempo para rodeios. Acreditas ou não na afeição de Carlos?

– Não.

– Que não tão desenganado! – tornou Jenny, sorrindo. – Há-de custar-me a perdoar-te. Não sei se sabes que tomei sobre mim o justificar meu irmão. Já tenho alcançado muitas vitórias. Meu pai confessou-se já ontem injusto para com ele. A tua criada Antónia está meia abalada também.

– Antónia?!

– É verdade. Eu suspeitei que meu irmão tinha nela um inimigo, e parece-me haver acertado. E senão diz-me: não foi Antónia quem te contou a história de certa visita que Carlos recebeu?

Cecília desviou os olhos, ao ouvir a referência ao delito que com tão amargas censuras lhe fora de facto contado pela criada.

– Bem vejo que me não enganei – continuou Jenny. – Pois até Antónia se dará por vencida afinal. Enquanto à tal visita… dir-te-ei de passagem que tudo está satisfatoriamente explicado.

– Como? – perguntou Cecília com vivacidade.

– É segredo que meu irmão te poderá revelar, quando… entre ti e ele não devam existir segredos…

– Tarde viria então, para me aproveitar, o esclarecimento.

– Até lá contenta-te com a minha palavra; ou também duvidas dela?

A volta de Manuel Quintino à sala interrompeu o diálogo.

Cecília ficou no fim dele com mais confiança no futuro, e mais frequentes lhe assomaram os risos aos lábios no resto da manhã.

Espalhou-se rapidamente na Praça, durante aquela manhã, a nova da promoção de Manuel Quintino.

Choveram-lhe parabéns de todos os lados, cresceu na opinião pública a reputação do guarda-livros.

Conceituando altamente a classe comercial, não podia Manuel Quintino ficar indiferente, ao sentir-se guindado por ela na escala da consideração.





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