Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: III

Página 37

Henrique, desta vez, falou tanto como elas.

Ouvia-as já com mais atenção e respondia-lhes com mais vontade e paciência.

Falaram em muitas coisas.

A tia deu parte ao sobrinho de que várias pessoas da vizinhança, sabendo-o chegado, lhe tinham já mandado presentes de galinhas, oferecendo-se, ao mesmo tempo, para lhe mostrarem as raridades da terra; disse mais que as senhoras da quinta do Mosteiro também tinham já mandado saber dele, Henrique, e lembrou que seria delicado ir visitá-las aquela manhã.

Henrique concordou em tudo, quase sem reparar em quê, e, terminando o almoço, apressou-se a sair para o campo.

- E se te perdes, menino? - lembrou a tia.

- Se me perder, farei por achar-me.

Riram-se muito as boas mulheres e deixaram-no ir.

Dentro em pouco, Henrique atravessava a quinta, que também então lhe pareceu graciosa, de uma graça bucólica, a que não estava habituado. O aspecto melancólico da véspera desvanecera- -se. Até, para ser completa a mudança, estavam encadeados nas casotas o Lobo e o Tirano, cujas boas graças contudo procurou conquistar, atirando-lhes biscoitos.

Foi um passeio delicioso o que ele deu. Tudo quanto via era novidade, tudo lhe cativava a atenção e o distraía dos seus lúgubres pensamentos.

Depois de muito andar, de subir colinas, de descer vales e costear ribeiros, foi sair a um pequeno largo, no fim do qual havia uma casa térrea, caiada de branco, com portas verdes e janelas envidraçadas, sendo os vidros em alguns dos caixilhos substituídos por papel. À porta desta casa estava muita gente parada: mulheres, velhos, moços, crianças, uns sentados, outros deitados, outros a pé e encostados à ombreira e todos aparentemente aguardando alguma coisa ou alguém do lado de uma das ruas, que vinha terminar no largo, e para a qual se dirigiam todos os olhares.

<< Página Anterior

pág. 37 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 37

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506