A Morgadinha dos Canaviais - Cap. 33: Conclusão Pág. 506 / 508

Conclusão

O conselheiro, já ministro, voltou tempos depois à aldeia, para assistir aos casamentos de Madalena e de Cristina, que se verificaram no mesmo dia.

Cristina e Henrique foram viver para Alvapenha, para condescender com D. Doroteia, que não podia resignar-se a viver só.

Sob a superintendência do novo administrador, transformou-se completamente a quinta, e hoje é uma das mais rendosas e bem geridas propriedades daqueles sítios.

Henrique, o elegante do Chiado, o frequentador do Grémio e de S. Carlos, está um rico e laborioso proprietário rural. Apaixonou-se pela agricultura, e promete realizar o tipo do antigo patriarca.

Cumpriu-se a sua visão.

Das mil e uma moléstias, com que saíra de Lisboa, já nem memória lhe resta.

Cristina, além de ser adorada pelo marido, vê-se rodeada pelo amor e carinhos de D. Doroteia e de Maria de Jesus, as quais, sem o menor despeito, a viram tomar o ceptro da realeza doméstica, que usa com adorável brandura, desenvolvendo de dia para dia os seus talentos de mulher.

No Mosteiro não correm pior as coisas, sob os cuidados de Augusto e de Madalena, que aí ficaram, por exigências de D. Vitória.

Augusto, além de se ocupar de agricultura, alimenta a imaginação, já não a fazer versos, mas em outra forma de poesia: a organizar a escola sob bases mais racionais, e dotação mais fecunda; a generalizar e educar os processos agrícolas, a implantar indústrias novas.

É assim que a Sericultura, graças aos seus cuidados, é hoje ali cultivada com bons resultados, e outras já principiam a ensaiar-se.

Madalena é sempre a mulher que foi; se é que as nobres qualidades já reveladas nos seus actos de juventude não se vão caracterizando inda melhor, à medida que de mais graves deveres se incumbe a sua missão de mulher.





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