Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 16: XVI

Página 239
XVI

- Ora com Deus venha a minha fada; esta querida Lena, que se não esquece dos seus amigos velhos... Boas-festas me trazes pela noite, filha! No rosto e nas maneiras de Madalena havia evidentes indícios de preocupação.

- Boas noites, Tio Vicente! Pouco me posso demorar; eu venho... O ervanário conduziu-a para junto da mesa, onde estavam ainda os sinais da refeição, que havia pouco findara. Vendo os dois talheres, a Morgadinha olhou interrogadoramente para Vicente:

- Estava alguém consigo?

- Esteve Augusto, que ceou aqui. Porquê? Temos por aí mais alguns livros a comprar-lhe? - continuou, sorrindo com benévola malícia. -Tenho eu mais uma vez de chamar em meu auxílio a fada que, de vez em quando, me ensina em segredos quais os livros que o rapaz mais deseja e de que mal sei dizer os nomes? Hei-de ainda ouvir calado agradecimentos que não mereço, e que ele mais de coração daria a quem são de justiça devidos?

- Não, Tio Vicente; não se trata agora disso.

- Ai, Lena, Lena, que não sei bem o que devo pensar de todas estas coisas.

A Morgadinha parecia um pouco perturbada com as palavras do ervanário.

- Que há-de pensar? Há nada mais natural? Ângelo foi que me deu o exemplo. Ele sabia o amor que Augusto tem à leitura. Porém o cofre de Ângelo é pequenino, bem sabe; enquanto que eu chego a nem saber em que hei-de consumir o que me sobra. Por isso foi que me lembrei... Porém, como não conviria que eu própria fizesse o presente, nem ele de mim o aceitaria, é que eu lhe pedi que o fizesse em seu nome. Mas falemos de outra coisa, porque me não posso demorar. Venho às ocultas e enquanto a minha gente foi à missa do galo. Tio Vicente, um objecto muito grave me obrigou a procurá-lo a estas horas.

- Ah! - disse o velho, sentando-se em tom de gracejo.

<< Página Anterior

pág. 239 (Capítulo 16)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Morgadinha dos Canaviais
Páginas: 508
Página atual: 239

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 15
III 32
IV 49
V 68
VI 81
VII 95
VIII 113
IX 127
X 144
XI 160
XII 176
XIII 192
XIV 206
XV 226
XVI 239
XVII 252
XVIII 271
XIX 292
XX 309
XXI 324
XXII 339
XXIII 361
XXIV 371
XXV 383
XXVI 397
XXVII 404
XXVIII 416
XXX 440
XXXI 463
XXXII 476
XXXIII 487
Conclusão 506