– Hélas! – é o grito de dor, é o desespero, é a falta de coragem no infortúnio; é a última palavra de uma literatura que não tem confiança no futuro, de uma literatura que vive só do passado. Merci! – é, pelo contrário, a resignação, a esperança, o apuramento do padecer até à essência inebriante do sofrimento próprio, que chega a confundir-se com o prazer… é pois a frase digna de uma literatura viva, inspirada no futuro…
A prelecção continuou; e Carlos reconheceu, pela impaciência com que a estava escutando, a nenhuma disposição que tinha para apreciar naquela noite a sociedade de seus amigos.
Separou-se deste o mais depressa que pôde.
– Não serei eu que vá ao Guichard esta noite.
Desta vez farei a vontade a Jenny. Ficarei em casa – disse ele, logo que conseguiu despedir-se.
E entrou justamente quando já a campainha chamava para o jantar.
Jenny, vendo-o chegar, e notando o ar grave que trazia, murmurou consigo:
– Ainda é cedo para o restabelecimento. Esperemos.