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Capítulo 15: XV - Vida inglesa

Página 181
da água, atrairia as vistas da fada benfazeja, dando-lhe ocasião de salvar aquele… cacho vivo… Entendes?

– E tão longe ando eu já, que vos não posso oferecer os ombros, se a maré vier um dia ameaçar-nos?

– Não, Charles; nem é a ti, tal como és, que eu ralho e quero mal; mas a um Charles que às vezes gostas de fingir. É singular! Há certas almas generosas que têm o vício oposto ao da hipocrisia: esforçam-se por parecerem más! Para que hás-de estar a fazer mentir a tua boca, dizendo o que não sentes?

– Não nego que houvesse algum mau humor nas minhas palavras de há pouco, mas…

Jenny colocou-lhe a mão diante dos lábios.

– Que esse «mas» fique para amanhã. Por enquanto inda não confio muito nele.

– Então negas-me a justificação?

– Não vês que, melhor do que tu, te está a justificar a minha confiança? É por isso que não quero ouvir-te. É tarde. Boa-noite, Charles.

– Boa-noite, Jenny.

E os dois irmãos separaram-se, apertando cordialmente as mãos.

Carlos ia mais reconciliado outra vez com as doçuras da vida doméstica. Ficara-lhe muito agradável impressão deste diálogo com Jenny, para que pudesse deixar de ser essa a sua opinião final.

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pág. 181 (Capítulo 15)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 181

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432