da água, atrairia as vistas da fada benfazeja, dando-lhe ocasião de salvar aquele… cacho vivo… Entendes?
– E tão longe ando eu já, que vos não posso oferecer os ombros, se a maré vier um dia ameaçar-nos?
– Não, Charles; nem é a ti, tal como és, que eu ralho e quero mal; mas a um Charles que às vezes gostas de fingir. É singular! Há certas almas generosas que têm o vício oposto ao da hipocrisia: esforçam-se por parecerem más! Para que hás-de estar a fazer mentir a tua boca, dizendo o que não sentes?
– Não nego que houvesse algum mau humor nas minhas palavras de há pouco, mas…
Jenny colocou-lhe a mão diante dos lábios.
– Que esse «mas» fique para amanhã. Por enquanto inda não confio muito nele.
– Então negas-me a justificação?
– Não vês que, melhor do que tu, te está a justificar a minha confiança? É por isso que não quero ouvir-te. É tarde. Boa-noite, Charles.
– Boa-noite, Jenny.
E os dois irmãos separaram-se, apertando cordialmente as mãos.
Carlos ia mais reconciliado outra vez com as doçuras da vida doméstica. Ficara-lhe muito agradável impressão deste diálogo com Jenny, para que pudesse deixar de ser essa a sua opinião final.