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Capítulo 28: XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto

Página 324
Carlos, ser o primeiro dia de liberdade e… e foi. Se meu pai entendeu que devia exigir… ou pedir-lhe que terminasse o… sacrifício, não me compete a mim ir de encontro às resoluções de meu pai. Não vejo a necessidade de adoptar qualquer motivo para renovar umas visitas, que hoje não têm razão para serem renovadas… por isso…

– Mas, Cecília, e se essa razão, e forte, e irresistível, e urgente, estiver em mim, no meu coração?

– Sr. Carlos, espero que me faça a justiça de acreditar que… – e a voz de Cecília tremia ao dizer isto – que eu sou ainda superior a esses galanteios. Se as circunstâncias, que acompanharam o nosso primeiro encontro, lhe puderem deixar impressões que o levem a tratar-me assim, peço-lhe que se recorde de que Jenny, de que sua irmã, ainda me trata como amiga, depois de saber tudo quanto naquela noite se passou.

– Cecília!

– Adeus, Sr. Carlos. Sei que há muita nobreza de sentimentos na sua alma e por isso espero dela que compreenda a necessidade de acabar com isto. Adeus.

E retirou-se apressadamente da janela.

Carlos ficou por muito tempo imóvel no lugar em que Cecília o havia deixado, e sem saber como explicar tão rigorosa severidade.

Não tinham decorrido muitos minutos, assomou à mesma janela um vulto que, curvando-se para a rua, disse em tom de zombaria, para Carlos:

– Muito boa noite. Com licença.

E fechou as portas da janela.

Era a Sr.a Antónia, que tinha espiado de longe Cecília, sem que conseguisse ouvir o diálogo dela com Carlos. Logo que a sua jovem ama se retirou, correu a observar quem estava na rua, viu e reconheceu Carlos ainda junto ao muro.

Carlos, achando-se surpreendido, estremeceu e partiu dali inquieto.

– Saberia ela que a ouviam e por isso falaria assim? Ou espiá-la-ão sem que o desconfie? Alguma coisa deve ter-se passado, desfavorável para mim, para ser assim tratado.

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pág. 324 (Capítulo 28)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 324

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432