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Capítulo 35: XXXVI - A defesa da irmã

Página 398

– Então? – perguntou Mr. Richard, com levíssimo tom de despeito.

– O seu proceder de há pouco deixou-me esperar outra resolução mais… mais… mais acertada – concluiu, depois de modesta hesitação e corrigindo a força da frase com a brandura da expressão.

– Que podia eu fazer?

Jenny, em vez de responder directamente, continuou:

– Quer obrigar a partir Charles, quando ele levaria consigo, no coração, alguma coisa que o não deixaria ser feliz no desterro – porque é um desterro a que o vai condenar; quer obrigá-lo a partir, quando, atrás de si, aqui, deixaria alguém que sentiria essa ausência como uma condenação cruel…

Mr. Richard olhou admirado para a filha, ao ouvi-la falar assim; depois, com ar mais grave do que até aí, respondeu, parando defronte dela:

– Não, Jenny; quero obrigar a partir Charles para acabar a tempo com um capricho que podia vir a fazer a infelicidade dele e… – depois de hesitar por algum tempo, o velho inglês concluiu: – e dela, desse alguém de quem tu falas, suponho eu. Não vês que é uma inclinação de dois dias essa de Carlos?

– Não é, senhor, não é. Eu sinto que não é. Desta vez bem vejo que é sincera.

Mr. Whitestone encolheu os ombros, sorrindo.

– A Jenny ainda não aprendeu a conhecer seu irmão.

– Tenho seguido passo a passo, desde o princípio, esta paixão de Charles. Já desconfiei dela também; já receei por Cecília, e tentei dissuadir meu irmão do que imaginei não passar nele de um capricho. Depois reconheci que me enganara.

Mr. Richard abanou a cabeça, em sinal de dúvida.

– Há quanto tempo te convenceste da sinceridade dessa paixão em Charles?

– Há muitos dias; desde…

Mr. Richard sorriu.

– E se eu tiver provas de que, ainda há bem pouco, teu irmão era o mesmo irreflectido e estouvado

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pág. 398 (Capítulo 35)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 398

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432