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Capítulo 36: XXXVII - Como se educa a opinião pública

Página 410
É para bem dela. Amanhã pela manhã procure-me. Sabe onde moro?

– Sei, sim, minha senhora.

– Então não falte. Vossemecê é uma mulher de juízo, e por isso quero falar-lhe. E não diga a Cecília!

– Esteja descansada – disse Antónia, a quem as últimas palavras de Jenny tinham em extremo lisonjeado e ganho de coração para a causa dela.

Cecília chegou à sala.

Dentro em pouco, ambas aquelas duas mulheres de beleza incontestável, ainda que de tão diversa índole, partiam no elegante carro, conversando e rindo, com a despreocupação da juventude.

Jenny tinha com antecipação dado ordens para o passeio.

Seguiram pela estrada da Foz. Passaram quase toda a manhã à beira-mar. Jenny parecia outra. A sua seriedade inglesa cedera o lugar a uma vivacidade de conversação e a um contentamento, quase de criança. Tudo lhe era motivo para alegria, que pouco a pouco se comunicou a Cecília também.

Há poucas coisas tão fatalmente contagiosas como a alegria das pessoas sérias.

Foi uma deliciosa manhã a das duas raparigas. Cecília estava muito longe de prever em que terminaria aquilo.

À uma hora voltavam para o carro e às duas entrava ele, com grande surpresa e sobressalto de Cecília, pela Rua dos Ingleses, então em plena actividade comercial.

A presença das duas amigas causou sensação na Praça. Todos conheciam Jenny; raros, se alguns, podiam dizer quem fosse Cecília.

Um inglês veio cumprimentar Jenny. Ela aproveitou a ocasião para lhe apresentar Cecília. Dentro em pouco corria voz na Praça de que era a filha de Manuel Quintino a senhora que acompanhava a inglesa.

Mr. Whitestone veio receber a filha ao portal. Ao ver Cecília, trocou um sorriso de inteligência com Jenny. Com toda a galantaria as ajudou a descer do carro.

Foi grande a surpresa de Manuel Quintino, vendo entrar a filha no escritório.

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pág. 410 (Capítulo 36)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 410

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432