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Capítulo 8: VIII - Na praça

Página 92

– Justamente – respondeu o homem, sorrindo à perspicácia de Carlos.

– Pois sim, mas eu agora não posso demorar-me – acrescentou Carlos, fazendo outra tentativa para fugir.

– Isto também não interessa… – concordou o homem – aqui mais abaixo é que… tal, tal, tal… sim, senhores… – «A festa do Bom Jesus este ano promete ser feita com espavento e eu espero que vossemecê…» – Eles querem que eu…

– Com licença, que estou com pressa.

– Sim; isso também não faz ao caso. É aqui abaixo… – «A Câmara Municipal foi reeleita, como sabe; a gente da oposição levou uma derrota que…»

Carlos já não podia mais.

– Ora, meu caro senhor, que tenho eu com isso? Faz favor de me dizer?

– Tem V. S.a razão… É que eu julgava… Tal, tal, tal – «O seguro não quer pagar os prejuízos do incêndio da minha casa da Rua do Souto…» – Olhe que também isto de seguros…

– Adeus – disse Carlos, rompendo de todo com o Sr. Anastácio Rebelo.

– Ah! é aqui; agora sim – exclamou este triunfantemente. – Cá está… – Aquela encomenda que eu fiz para Inglaterra…

Justamente quando o Sr. Anastácio chegava ao ponto desejado, através daquele mar, cheio de baixios, da carta do seu correspondente, Carlos, vendo uma galante costureira, que a passos apressados atravessava a rua, deixou-o sem cerimónia para se dirigir a ela.

– Adeus, minha flor.

A rapariga respondeu-lhe:

– Ninguém o conheceu ontem no baile.

– Então esteve lá?

E prosseguiu o diálogo, mesmo em presença de toda a sisuda classe comercial, que ao filho de Richard Whitestone tudo desculpava.

Anastácio Rebelo dobrou a carta do compadre, e afastou-se escandalizado com o que via.

Outros rapazes aproximaram-se. A rapariga fugiu.

Carlos, depois de alguns instantes tomados por ocupações análogas às que descrevemos, caminhou enfim para o escritório.

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pág. 92 (Capítulo 8)

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Capa do livro Uma Família Inglesa
Páginas: 432
Página atual: 92

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - Espécie de prólogo, em que se faz uma apresentação ao leitor 1
II - Mais duas apresentações, e acaba o prólogo 11
III - Na Águia de Ouro 21
IV - Um anjo familiar 42
V - Uma manhã de Mr. Richard 53
VI - Ao despertar de Carlos 61
VII - Revista da noite 71
VIII - Na praça 81
IX - No escritório 94
X – Jenny 110
XI – Cecília 119
XII - Outro depoimento 128
XIII - Vida portuense 139
XIV - Iminências de crise 159
XV - Vida inglesa 168
XVI - No teatro 182
XVII - Contas de Carlos com a consciência 197
XVIII - Contas de Jenny com a consciência de Carlos 212
XIX - Agravam-se os sintomas 222
XX - Manuel Quintino procura distracções 236
XXI - O que vale uma resolução 247
XXII - Educação comercial 262
XXIII - Diplomacia do coração 277
XXIV - Em que a senhora Antónia procura encher-se de razão 283
XXV - Tempestade doméstica 290
XXVI - Ineficaz mediação de Jenny 298
XXVII - O motivo mais forte 305
XXVIII - Forma-se a tempestade em outro ponto 312
XXIX - Os amigos de Carlos 326
XXX - Peso que pode ter uma leviandade 344
XXXI - O que se passava em casa de Manuel Quintino 353
XXXII - Os convivas de Mr. Richard 362
XXXIII - Em honra de Jenny 371
XXXIV - Manuel Quintino alucinado 381
XXXVI - A defesa da irmã 397
XXXVII - Como se educa a opinião pública 406
XXXVIII - Justificação de Carlos 412
XXXIX - Coroa-se a obra 422
Conclusão 432