Fechemos, pois, aqui a história, dando apenas sucinta conta dos acontecimentos ulteriores.
O conselheiro partiu no dia seguinte para Lisboa, para tomar parte na pilotagem da nau do Estado. Estive tentado a dizer, para satisfação de ânimo dos meus leitores, que, sob a direcção dos talentos e aptidões do novo estadista, se locupletou a Fazenda Pública, prosperou a agricultura e a indústria, refulgiram as artes e as letras; e que Portugal, como a Grécia, sob Péricles, causou o assombro das nações do Mundo.
Mas receei que, fantasiando no nosso país um governo fecundo e próspero, a inverosimilhança do facto prejudicasse no espírito dos leitores a dos outros episódios narrados, e lhes entrasse com isto a desconfiança no cronista. Resolvi, pois, ser franco, declarando que, sob a direcção do conselheiro e dos seus colegas, Portugal regeu-se, como se tem regido sob as dúzias de ministérios, que nós todos havemos já conhecido.