- Porém, minha senhora, por essa ocasião eu jurei também à pessoa de quem fala, e a quem serei sempre grato, que não procuraria tornar a vê-la, nem falar-lhe antes de me poder mostrar aos olhos de todos digno da sua generosa confiança.
- Foi isso que jurou, ou antes que não procuraria ser visto? - perguntou Madalena, sorrindo. - Veja qual desses juramentos será mais em harmonia com os seus actos.
A lembrança da excursão nocturna aos Canaviais, para espiar Madalena, tirou a Augusto o ânimo de responder.
Madalena compreendeu aquele embaraço, e não insistiu.
- Mas suponhamos que assim foi; visto isso, parte para buscar as provas da sua justificação?
- Não, minha senhora; parto, porque desisto dela. Basta-me estar justificado para com a consciência.
- Não tem direito para o fazer. Uma alma que é nobre deve homenagem a si própria. Resignar-se à suspeita é como um suicídio moral.
- Justamente, minha senhora; e não concebe que haja casos em que o suicídio seja natural?
- Meu Deus, Augusto - exclamou Ângelo - como eu o estranho! O que o levou a esse desespero? A Morgadinha sorria, ao responder ao irmão:
- É uma febre que passa, verás. Quer que lhe fale com franqueza, Sr.